segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Casos de pedras nos rins aumentam 30% no verão, revela pesquisa em SP



DO G1 SP.

Suor, baixa ingestão de líquidos e dieta ruim contribuem para o problema.
Amendoim, castanha-do-pará, calabresa e camarão favorecem cálculos.

Um levantamento feito pelo Centro de Referência da Saúde do Homem, em São Paulo, aponta que os casos de emergência por pedras nos rins aumentam até 30% no verão. Entre janeiro e março do ano passado, os médicos atenderam cerca de 130 homens e mulheres por mês com crises de cólica renal.
Normalmente, esse número é de 100 pacientes – entre os 3 mil que são recebidos na unidade mensalmente. Além desses casos de urgência, cerca de 900 pessoas marcam consulta eletiva (agendadas previamente) por causa do problema.
Segundo o urologista Fabio Vicentini, chefe do setor de cálculo renal do centro, tomar pouca água, transpirar muito, alimentar-se mal – com muito sal e carne vermelha – e estar acima do peso contribuem para essa situação.
Bobô de Camarão (Foto: Divulgação)
Camarão contém muito ácido úrico e pode aumentar
risco de crises de cálculo renal (Foto: Divulgação)
"Quando o indivíduo está desidratado, a concentração de cristais na urina é maior. Aí eles se juntam e formam a pedra, às vezes em até um mês", explica. De acordo com o médico, também há um pico de casos nos dois meses seguintes ao verão, em consequência dos abusos cometidos.
Entre os alimentos que podem piorar essa condição, estão amendoim, castanha-do-pará, calabresa e camarão. Já líquidos como água e sucos de limão, laranja e melão são ótimas fontes de hidratação, destaca o médico. Isso porque essas frutas contêm uma substância chamada citrato, que contribui para o bom funcionamento renal.
Homens x mulheres
A diferença de pedras nos rins entre homens e mulheres está diminuindo, aponta Vicentini. Antigamente, eram três pacientes do sexo masculino para cada um do feminino. Hoje, são 1,5 para uma – consequência de cada vez mais excessos feitos por elas.

Saúde dos rins (Foto: Arte/G1)
O urologista diz que 15% da população tem ou terá cálculo renal. Cerca de 10% são pedras de ácido úrico e os outros 90% são formados por oxalato de cálcio ou bactérias que produzem substâncias como fosfato, amoníaco e magnésio durante uma infecção urinária crônica.
"Na maioria dos casos, de 80% a 85%, o cálculo é pequeno, com até 5 mm. Quando é maior que isso, fica difícil eliminá-lo espontaneamente, pela urina", afirma Vicentini.
Os demais pacientes acabam tendo dores e infecções e precisam mudar a dieta e fazer tratamento com remédio ou cirurgia. Exames de sangue e urina também servem para identificar os motivos da pedra no rim, e um ultrassom consegue saber a localização exata dela.
"Em cálculos de até 1,5 cm, é feita uma litotripsia extracorpórea – uma máquina com ondas de choque que quebram a pedra. Depois dessa 'implosão', ela sai pelo xixi. Já cálculos maiores são destruídos por uma cirurgia endoscópica com laser, que entra pela uretra, ou por um procedimento percutâneo, que faz um furo nas costas do paciente e chega até o rim com uma câmera", explica o urologista.
Só no ano passado, o Centro de Referência da Saúde do Homem fez 280 cirurgias percutâneas, e a fila de espera chega a quase um ano, revela Vicentini. Segundo o médico, o risco de reincidência do problema é grande: metade dos pacientes volta a ter pedra no rim e alguns sofrem até três ou mais vezes
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