terça-feira, 11 de outubro de 2011

Menino de 12 anos comanda programa de rádio no interior do CE



Alan apresenta um programa de rádio, gerencia gibiteca e é guia mirim. 
Criança participa da Fundação Casa Grande em Nova Olinda, no Ceará.

Gabriela AlvesDo G1 CE
Alan Cardoso é locutor do Som da Rua (Foto: Fundação Casa Grande/Divulgação)Alan Cardoso, na FM Casa Grande: ''Toco de tudo, mas não deixo de colocar reggae'' (Foto: Fundação Casa Grande/Divulgação)
O Dia das Crianças para Alan Cardoso dos Santos será de brincadeiras, mas também de muita responsabilidade. Nesta quarta-feira, o menino interrompe os festejos pela data às 14h para comandar o Som na Rua, programa que ele apresenta na rádio Casa Grande FM, de Nova Olinda (Ceará). “Aqui posso brincar e aprender coisas novas”, diz ele, que se diverte com os compromissos de adulto.
A emissora pertence a uma ONG (a Fundação Casa Grande) que mantém um museu e atende a 60 crianças  – entre elas Alan - com programas sobre história, comunicação, arte e turismo. Na Fundação, que funciona desde 1992, os pequenos aprendem, produzem e transmitem conteúdo.
Alan Cardoso na gibiteca da ONG Fundação Casa Grande (Foto: Fundação Casa Grande/Divulgação)Alan cuida da gibiteca da Fundação Casa
Grande (Foto: Fundação Casa Grande/Divulgação)
O garoto produz e apresenta o Som da Rua há seis meses. Em duas horas diárias de programa, Alan seleciona músicas de vários gêneros sem dispensar as preferências. “Toco de tudo, mas nunca deixo de colocar reggae”, confessa.
Alan também é guia do museu Memorial do Homem Kariri, gerente da Gibiteca (biblioteca de gibis) e integrante da equipe técnica do teatro da ONG, o Violeta Arraes. Para cumprir toda a agenda, durante a semana Alan fica meio período na Fundação por causa das aulas. No fins de semana e feriados, o menino diz que “corre” logo de manhã cedo e só volta para casa no fim da tarde.
Família
Faço amigos e sempre conheço pessoas e culturas de outros locais"
Alan Cardoso
Alan mora com os pais e três irmãos em Nova Olinda há 11 anos. A família veio de Itatim (Bahia) para o Ceará em busca de emprego. Atualmente, o pai trabalha como operador de máquina, e a mãe é dona de casa e ganha renda extra como lavadeira. O menino conta que a mãe confia quando o filho está na fundação. “Minha mãe acha melhor quando estou lá”, comenta.
“Entrei na Casa Grande por interesse e conta própria, ninguém me obrigou”. Talvez seja por isso que o menino também reforça que não se cansa da rotina de adulto e que tem muito tempo para as brincadeiras da idade também. “Faço amigos e sempre conheço pessoas e culturas de outros locais”, conta animado.
Sempre criança
O estudante do 8° ano da Escola Municipal Padre Cristiano Coelho diz ser um bom aluno, mas ainda não sabe que profissão seguir quando crescer. Sobre o futuro, o menino tem duas certezas. “Quero continuar na Casa Grande por muito tempo e, quando for 'grande', quero continuar me sentindo uma criança”, ressalta Alan, que pediu aos pais um presente "de gente grande": um relógio "de ponteiros".

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